Investimento em Contratos Futuros de Commodities: Uma Análise Quanto ao Risco e Retorno

Wallacy Luiz Vargas da Cruz, Márcio Carneiro Reis, Frank Magalhães de Pinho

Resumo


Operações envolvendo derivativos estão associadas a grandes prejuízos de instituições financeiras e organizações corporativas. Em função desses eventos, a imagem atribuída aos derivativos é que tais instrumentos são ativos de alto risco. Esse estudo avaliou o risco e retorno de um investimento direto em contratos futuros de commodities com base na metodologia do ICB – Índice Commodities do Brasil da BM&FBOVESPA e o comparou com ações e títulos públicos, em um período de maio de 2004 a abril de 2011, totalizando 1770 observações. Avaliou-se também a relação funcional entre as séries de retorno dos contratos futuros de commodities com o mercado acionário e renda fixa através do coeficiente de Spearman. A metodologia utilizada para cálculo do risco dos ativos foi a abordagem elaborada por Box e Jenkins (1970) e os modelos da família ARCH propostos por Engle (1982) e GARCH por Bollerslev (1986). Os resultados obtidos apontam que, a volatilidade da série de retornos dos contratos futuros de commodities foi menor que a volatilidade apresentada pelo mercado acionário. O retorno, porém, apresentado pelo mercado acionário foi superior ao mercado de renda fixa e commodities. O coeficiente de Spearman acusou uma baixa correlação entre as séries de retornos dos ativos analisados, logo, com base nessa pesquisa, não se pode afirmar que a inserção de contratatos futuros de commodities com base na metodologia adotada pelo ICB possa mitigar riscos em carteiras de investimentos.

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