Endividamento e Estrutura de Ativos: Evidências no Brasil

Michele Nascimento Jucá, Anderson Luís Saber Campos, Douglas Dias Bastos, Eduardo Alexandre Mendes

Resumo


OBJETIVO
Analisar o papel dos colaterais no endividamento das empresas, testando as hipóteses: (i) empresas com maior volume de colaterais são mais endividadas, (ii) ativos de longo prazo suportam dívida de longo prazo, enquanto que colaterais de curto prazo suportam dívida de curto prazo, e (iii) a presença de colaterais é mais relevante para empresas financiadas por dívida bancária.

METODOLOGIA
A partir de dados trimestrais de 2004 a 2013 de uma amostra de 49 empresas (participantes do IBrX 100) coletados de diferentes bases de dados (Compustat Global Vantange, Economática e Bloomberg) foi construído um painel com 1.641 observações. Os modelos foram estimados tanto por pooled OLS como por efeito fixo para o teste das hipóteses propostas. Utilizou-se também o teste de causalidade de Granger para avaliar a relação entre endividamento e colateral.

RESULTADOS E CONCLUSÕES
Como resultado, foram confirmadas todas as hipóteses testadas, sendo: quanto maior o nível de ativos passíveis de serem utilizados como garantia, maior o nível de alavancagem financeira, quanto maior o nível de ativos não circulantes (imobilizado), maior a maturidade das dívidas, quanto maior o nível de ativos circulantes (estoques e contas a receber), menor a maturidade das dívidas e os ativos passíveis de serem utilizados como garantia são mais relevantes para as empresas que contraem dívidas bancárias.

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
Um aspecto interessante dos resultados é a relação de causalidade entre endividamento de longo prazo e ativos imobilizados, as evidências são que a existência de colateral é que permite o acesso a este tipo de dívida.

PALAVRAS-CHAVE
Estrutura de Capital; Dívida Bancária; Ativos Colaterais; Rating.


DEBT AND ASSET STRUCTURE: EVIDENCE FROM BRAZIL


OBJECTIVE
Examine the role of collateral on the debt of companies, testing the following hypotheses: (i) companies with the highest volume side are more indebted, (ii) Long-term assets support long-term debt, while short-term collateral support short debt term and (iii) the presence of collateral is most relevant to companies financed by bank debt.

METHODOLOGY
It was defined a panel regression with 1,641 observations, obtained from quarterly data, between 2004 and 2013, from a sample of 49 companies (participants IBrX 100). The observations come from different databases (Compustat Global Vantange, Economatica and Bloomberg). The models were estimated both by pooled OLS, as well as by fixed effect for testing the hypotheses proposed. It also used the Granger causality test to assess the relationship between debt and collateral.

RESULTS AND CONCLUSIONS
As a result, all tested hypotheses were confirmed, as follows: the higher the level of assets eligible for use as collateral, the higher the level of financial leverage, the higher the level of non-current assets (fixed assets), the higher the maturity debts, the higher the level of current assets (inventories and receivables), the lower the maturity of debt and assets that can be used as collateral are most relevant to companies who contract bank debt.

PRACTICAL IMPLICATIONS
An interesting aspect of the results is the causal relationship between long-term debt and fixed assets. The evidence is that the existence of collateral is allowing access to this type of debt.

KEYWORDS
Capital structure; Bank debt; Collateral assets; Rating.

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